quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O pior amigo do homem


O pequinês morde???

Quanto tempo não adentra uma casa de subúrbio e se depara com essa questão?
A televisão vive lamentando a extinção dos orangotangos, mas pouca gente se preocupou com a extinção da antipática raça de cãezinhos nervosos. Latido estridente, vendido a preço de banana, não existia casa que na possuía seu pequinês no quintal. Virou mania, quase uma praga temperamental que saboreava vez por outra a batata da perna de um visitante. Apesar do tamanho os dentinhos vampirescos que insistiam fora da boca era a forma de impor respeito.
Não sei qual mistura genética originou esse bibelô vivo das copas residenciais, sei que não deu certo. O infeliz convivia com uma doença assustadora que fazia cair um olho depois de certa idade. Então o exótico pulguento que já não gozava de aparência vistosa se transformava em um pedaço de capeta que assustava até revolver. Resumindo, não sei por qual motivo aconteceu o fim da espécie, só sei que o pequinês sumiu do mapa. O que restou para os saudosos foi buscar consolo nas réplicas de cerâmica de gosto duvidoso, vendidas nas lojas de um e noventa e nove.