segunda-feira, 12 de março de 2012

Especial


Abriram as cortinas!

Um filme passou na cabeça de Leonor, lembrou Luciana miudinha brincando de princesa. No seu mundinho encantado não cabia maldade, começava no era uma vez e terminava em felizes para sempre. Recordou a tempestade quando diagnosticaram trissomia no cromossomo vinte um. Um medo louco do desconhecido que durou ate colocar nos braços sua menina. Depois foi tocada pelo instinto maternal que transbordou amor e deu inicio a sua missão de fazer aquela coisinha miudinha virar gente. Não gente especial, gente que nem a gente.

Logo veio um oceano de coragem, valentia para enfrentar os estúpidos que olhavam sua criança de lado, que recusavam nas escolas alegando o distúrbio genético como desculpa. Daí virou fera, lutou pelos direitos em uma batalha que não se saberia dizer onde terminava a realidade e começava a fantasia. Nesse interim seguia Lulu, amante inveterada da vida, capaz de curtir os momentos simples que os pessimistas eram incapazes de perceber. Assim se formou bela, vaidosa e bailarina.

A plateia assistia eufórica a apresentação de todo grupo. Cada qual exibia sua graça para o espetáculo, porem ninguém brilhava mais, sorria mais, encantava mais. O carisma de Lulu era arrebatador, cativando àqueles que abriam à guarda para o seu jeito peculiar de se fazer notável.

Finalmente nos olhos marejados dos presentes conquistava sua vitória. Abria os braços agradecendo aplausos. No lugar de pena aparecia o amor de mãe coruja, o orgulho de pai babão e acima de tudo o talento que não escolhe cara, cor nem religião.