
Abriram as cortinas!
Um filme passou na cabeça de Leonor, lembrou Luciana miudinha brincando de princesa. No seu mundinho encantado não cabia maldade, começava no era uma vez e terminava em felizes para sempre. Recordou a tempestade quando diagnosticaram trissomia no cromossomo vinte um. Um medo louco do desconhecido que durou ate colocar nos braços sua menina. Depois foi tocada pelo instinto maternal que transbordou amor e deu inicio a sua missão de fazer aquela coisinha miudinha virar gente. Não gente especial, gente que nem a gente.
Logo veio um oceano de coragem, valentia para enfrentar os estúpidos que olhavam sua criança de lado, que recusavam nas escolas alegando o distúrbio genético como desculpa. Daí virou fera, lutou pelos direitos em uma batalha que não se saberia dizer onde terminava a realidade e começava a fantasia. Nesse interim seguia Lulu, amante inveterada da vida, capaz de curtir os momentos simples que os pessimistas eram incapazes de perceber. Assim se formou bela, vaidosa e bailarina.
A plateia assistia eufórica a apresentação de todo grupo. Cada qual exibia sua graça para o espetáculo, porem ninguém brilhava mais, sorria mais, encantava mais. O carisma de Lulu era arrebatador, cativando àqueles que abriam à guarda para o seu jeito peculiar de se fazer notável.
Finalmente nos olhos marejados dos presentes conquistava sua vitória. Abria os braços agradecendo aplausos. No lugar de pena aparecia o amor de mãe coruja, o orgulho de pai babão e acima de tudo o talento que não escolhe cara, cor nem religião.
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