segunda-feira, 6 de junho de 2011

Noites de São João


Enfim São João, o inverno chegando, noites aquecidas pelas fogueiras das festas temáticas. O clima caipira invade a cidade com seus trajes e mesas enormes de comidas típicas. Da escola até família todo mundo aprova as festinhas. Alegria no ar, estrelas artificiais se misturam no céu, os populares balões. Afinal de contas, quem foi o primeiro imbecil a colocar no espaço papel e fogo? Tem coisa mais besta?
Bonitinho a os olhos da ignorância adentra a natureza queimando matas, destruindo vida. Violência banida pelas autoridades que continua sendo praticada. Quando garoto tinha um festival bem pertinho da minha casa, depois da minha rotineira denúncia anônima ficava no terraço constatando com alegria que oitenta por cento dessas engenhocas não subiam nem três metros e acabavam por incendiar os chifres dos organizadores. E de carona vem à bomba, passando do estalinho é impressionante como esse treco fica agressivo ao tímpano, o gaiato solta e espera o estrondo, o desavisado leva o susto e fica surdo. Mas a pólvora também se vinga, lembro-me do garoto da escola que perdeu o tempo do pavio estourando a danada na mão esquerda, ficou na brincadeira o indicador, médio e anelar, e ganhou o apelido de Nicolas Hang loose. Porem desanuviando a acidez das minhas lembranças, o que resta é alegria, sair da aula para ensaiar quadrilha, bolo de aipim com coco, Alceu furando o vinil, correio do amor e um espirito festivo que contagia de quadriculado rico e pobre deixando tudo com um gostinho bom de roça.

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