terça-feira, 10 de abril de 2012

Logo ali!


Começou assim, numa reunião de instantes, gente querida, de perto e distante. Pedro tinha uma década que não aparecia, vivia pelas nuvens, próximo dos astros. Já Tibério, há quatro anos vagava perdido nas estrelas, estrada confusa que se segue sem rumo, sem vontade de chegar. Antônio continuava pelo mesmo lugar, terra firme, talvez nem tanto. Aparentemente variando diante da enfermeira, porem radiante devido ao reencontro nessa sua jornada pelos noventa anos.

Cada qual da sua maneira, foi gente que viveu coisas semelhantes, amou e sofreu por dores do mundo. As lagrimas que abrilhantavam a conversa eram de alegria. Ninguém falava de idade, dor, apenas sossego por mamar com gosto nas tetas da vida.

Felizes, riam alto dos erros e acertos cometidos, e se gabavam dos feitos realizados. Nessa jornada de anos, galopava a certeza que cada hora virava segundos, piques de luz na memória, como sonhos que alguns viveram e outros sonharam, mas todos tiveram.

Depois da tarde curtindo os amigos, Antônio se despediu com um ate logo. Sentado na cadeira de balanço caiu no sono. E assim dormiu para eternidade. Como Pedro tinha feito uma década atrás, e Tibério há quatro anos. E nesse momento sagrado, foi o mundo dos vivos que virou saudade.

Um comentário:

  1. Uau!
    Lindo conto.
    Você escreve em prosa, mas a Poesia está toda ali. Adorei.
    Beijo,
    F.

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