Quando entrei
no vagão atentei para as cores. Gente de tudo que é som, trejeitos e amores.
Uma multidão
que se espalhava, escapulia desenfreada, transbordando em volume.
Um expresso
para o inferno, gente que nem macaco pendurada no relento, desafiando o vento,
a sorte o momento.
No destino,
descobri calor de verão em inverno carioca, lugar quente, mais perto do sol do
que mercúrio.
Se o trem era
cheio a estação repleta. Tribo urbana suando, se esbarrando. Gastando o que não
podia com o dinheiro que ainda nem tinha.
Não enfrentaria
essa aventura senão por um amor no destino. E lá estava ela, com toda sua
graça, deixando todas as mazelas do trajeto remetidas a simples detalhe.
Nesse instante
o acaso, personagem tão gaiato, fez um pombo atrevido liberar suas necessidades
na escova progressiva do meu docinho.
Foi que
surge uma questão, no momento de tensão onde o romance deu lugar ao palavrão, será
que da para ser poeta em Bangu?
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