segunda-feira, 9 de julho de 2012

Travessia suburbana


Quando entrei no vagão atentei para as cores. Gente de tudo que é som, trejeitos e amores.
Uma multidão que se espalhava, escapulia desenfreada, transbordando em volume.
Um expresso para o inferno, gente que nem macaco pendurada no relento, desafiando o vento, a sorte o momento.
No destino, descobri calor de verão em inverno carioca, lugar quente, mais perto do sol do que mercúrio.
Se o trem era cheio a estação repleta. Tribo urbana suando, se esbarrando. Gastando o que não podia com o dinheiro que ainda nem tinha.
Não enfrentaria essa aventura senão por um amor no destino. E lá estava ela, com toda sua graça, deixando todas as mazelas do trajeto remetidas a simples detalhe.
Nesse instante o acaso, personagem tão gaiato, fez um pombo atrevido liberar suas necessidades na escova progressiva do meu docinho.
Foi que surge uma questão, no momento de tensão onde o romance deu lugar ao palavrão, será que da para ser poeta em Bangu? 

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