terça-feira, 11 de maio de 2010

Bola de cristal


Acho que quando a natureza resolve te zoar não tem jeito. Os primeiros foram assim sem sentir, fiozinhos rebeldes abandonando a casa pelo travesseiro, outros tímidos insistiam em permanecer no sabonete, aí veio à debandada. Cada dia mais desertores fugindo pelo ralo acolhedor. Daí foi testa crescendo. O barbeiro é sempre o primeiro a dar o bizu, e o consumo de produtos diversos atrás do milagre, até simpatia ta valendo. Afirmam que é hereditário, e eu tive o azar de ter homem careca cercado para os dois lados da minha árvore genealógica. Veio o papo do remédio que evitava a queda, verdade ou não o certo é que essa pílula deixa a cabeça de baixo podemos dizer assim preguiçosa. O homem vive seu momento crítico de calvície dos vinte aos trinta, é a pior época para colocar em xeque sua virilidade. O grande lance é aderir ao desmatamento, tem seu charme, ta cafona cabelão, virou coisa do passado. Não sei se é dos carecas de que elas gostam mais, mas resolvi deixar partir, me encarrego pessoalmente de chacinar os heróis da resistência com máquina dois. Tem gente no estágio da gilete, cabeça lisinha, sem spray de tinta preta, peruca ou aplique. O retrato velho guarda o ninho de passarinho de outrora, e quando você vê se acha com tanto pelo. Seja econômico no xampu, seja rico. Pouca telha, grita o moleque pela janela, mas quando os alienígenas invadirem o planeta com suas cabeças acentuadas e nenhum resquício capilar os carecas vão definitivamente ser a ultima moda.

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