quarta-feira, 21 de abril de 2010

É dia de feira.


Morrendo de vontade de comer uma tapioca despenquei um sábado de tarde de Niterói para São Cristóvão na direção da feira de tradições nordestinas. O lugar é bem legal, dois palcos enormes tocam principalmente forro, milhares de barracas vendem do artesanato a carne de sol. Comi uma tapioca de charque com queijo coalho que não foi à altura das muitas que me deliciei na ladeira da Sé em Olinda, mas serviu para matar a saudade daquela atmosfera agreste. Quando retornei para casa, olhando de longe o pavilhão lembrei-me da gafe que cometi alguns meses atrás no mesmo lugar, é que na ocasião tinha buscado no aeroporto duas amigas pernambucanas e passando no viaduto próximo da feira anunciei o lugar como feira dos “paraíbas”. Sob protestos tratei de corrigir o furo, o local não é um privilégio dos paraibanos concentrados no seu pequeno estado na imensidão do nordeste, e a palavra Paraíba já se tornou um apelido pejorativo de estremo mau gosto para o rotular os nordestinos. Deixando de lado a mancada, não deixei de matutar um devaneio, porque não inventam uma feira de tradições “sudestinas”?
O sudeste tem nos seus quatro estados uma variada cultura e culinária, seria interessante encontrar no mais remoto sertão um local onde se pudesse devorar uma feijoada, ouvir um bom samba e tomar café com pão de queijo. A nordestina daqui virou um famoso ponto turístico depois do incentivo do governo e passou a reunir além dos saudosos nordestinos gente de todo o Brasil. Então deixo minha idéia para os governantes do nordeste, apenas espero que se um dia uma coisa doida dessa acontecer ninguém venha cometer a gafe de chamá-la de feira dos “cariocas”.

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