segunda-feira, 26 de abril de 2010

Comeno poeira


Maria é nome de tarde salgada no mar de meaípe
Noite no sereno da vontade, pisada que tira unha, bejim sem fim
Papel com contato escapando do bolso furado
Vontade de sumir lagrima nos zoio
Depois sorriso, o acaso pintou com as cores da minha alegria
A realidade veio viciada em perfume na camisa
Enamorado da estrada para sorrir de novo
O sacrifício detalhe do romance, despedida olhos marejados
Sofrimento esquecido no frio da barriga de cada encontro
Virei mineiro, bebi cachaça cara e cerveja barata
Aprendi que montanha que não esconde mar traz vento frio que aproxima
Durou o tempo de ser bom, esnobei a eternidade, vampirizei madrugada xeretando sorte de Maria
O destino foi casamento estranho, bolo cafona e dia feliz
Deu vontade de ser novela e raptar Maria mais eu
Desatino puro, não se estraga sonho com susto
Apesar de desconfiar que o impossível vira possível se pagar o preço da atitude
Restou foto encardida na gaveta do pra sempre
Mas também abelha cínica azucrinando o tédio de Maria

2 comentários:

  1. lindo...
    "durou o tempo de ser bom"
    "não se estraga sonho com susto"
    muito muito muito bom
    Um poema inteiro dentro de cada um desses dois versos.
    Beijo,
    Flávia

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