sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Festa no interior


Uma das poucas certezas que tenho na vida é que tudo é roubável, basta criatividade e qualquer coisa vira um alvo. Itaocara, uma pequena cidade no interior do Rio ainda gozava de pouca violência, suas ocorrências não passavam de roubo de galinha. O perigo estava na época da quermesse, que atraia publico de fora pela quantidade de mulheres bonitas.
Marquinho resolveu prestigiar o evento, a faculdade de medicina o consumia tanto que poucas eram as oportunidades de um fim de semana livre dos plantões e livros. Sua antiga turma não permitia caretice e logo no primeiro dia cedeu aos caprichos da vodka. Nitroglicerina pura, o Caxias virou a atração da festa, fazendo o espetáculo das transformistas do palanque ter menor importância. Fim da noite se viu acompanhado e sem carona para voltar. No desespero de andar alguns quilômetros, sua amada demonstrou desânimo com o convite para dormirem juntos, quando o doutor percebeu em uma carroça amarrada em uma árvore perto do rio a oportunidade de fechar com chave de ouro. Sem dificuldade convenceu a companheira do passeio romântico. Sem ninguém por perto conseguiu botar o troço para andar com duas pancadas na mula. Prometeu noivado tendo o céu estrelado como testemunha, e varou a madrugada no balanço carente de amortecedor do novo transporte. Todo mundo acreditava que Marquinho iria longe na vida, o que ninguém imaginava é que ele faria isso indo desembestado entre Itaocara e Aperibé em uma charrete roubada. O dono do veículo dormia na beira do rio aquecido pela garrafa de itaucarina que tinha mamado horas antes, sem imaginar o que acontecia com o patrimônio. A essa altura nosso médico já estava apavorado tentando fazer o bicho parar, a mula não tinha abs, quando pegou a reta da estrada tomou fôlego e dizem os mentirosos podia ser vista a cento e vinte por hora. Nem precisava tanto para o ébrio e sua noiva não terem condição de pular da desenfreada geringonça, nervoso improvisou uma vareta no traseiro da bicha, o resultado foi catastrófico, a suada mula iniciou uma seqüência de gases para logo em seguida sua manifestação ficar sólida, a bosta parecia não ter fim, ia para todo lado, mole e fedida transformando o passeio romântico em uma viajem ao inferno, quando dois vaqueiros conseguiram conter os fugitivos tinha fezes para todo lado. Os pombinhos precisaram de um bom banho. A simpatia acolhedora da região fez o roubo ser levado na brincadeira, a rajada de merda foi suficiente para Marquinho nunca mais roubar nada. O noivado acabou no dia seguinte quando a ficha caiu e retornou para Niterói. A mula valorizou bastante no mercado por causa do sistema de alarme contra roubo mais eficaz da região.

4 comentários:

  1. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK.......realmente meu amigo , essa foi a melhor de todas!!!!!!!Claro q eu tinha q ser o protagonista , ne? Vc so esqueceu de registrar o nome da minha ex noiva...Adonay!!!!AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

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  2. risos... risos... risos...
    essas lembranças são realmente D++++
    Adoro!!!
    tá precisando escrever um livro com todas as histórias... vai ser gargalhada garantida...
    bjs

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  3. Ótimo, amei! A melhor estória romantica q. li nos últimos tempos...rss...beijos!

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