terça-feira, 8 de junho de 2010

O andarilho


Conheci um jovem nas minhas andanças, um gênio que lia o mundo e era capaz de tudo. A pessoa mais viva que poderia existir. Sem medo de chuva, batia palmas para o sol, disposto a devorar o mundo sem pressa, sem cadeira de balanço. Acreditava que oportunidade se constrói, era um criador, conhecia a fonte e deixava transbordar sabedoria. Sempre com humor, contagiante fazendo o seu redor ficar iluminado. Sua energia fazia ganhar o dia, palhaço nobre do espetáculo terrestre. Vivia sorrindo namorando o universo. Soberano da alvorada, sábio oculto no meio da intolerância, desarmava os desesperados com caridade nas caminhadas pela cidade, em passos curtos que traziam há destreza do caminho certo.
O tempo já não importunava, tinha sido enganado por esse moleque de noventa e poucos anos. Gozando cada minuto com brilho nos olhos azuis. Não sei se ainda vive, mas na terra ou nas estrelas será eterno na memória daqueles ouviram suas palavras.

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