sábado, 19 de junho de 2010

Passageiros.


Nem todo mundo nasceu pra ser pai, ser rico, casar em igreja, almoço de domingo. Tem uns caras que são assim, largados no mundo. Olhando pelo retrovisor a vida que os caretas planejam. Uns vira-latas com vida de lorde, nas melhores festas, viagens, restaurantes, redescobrindo o Brasil moderno. Sem dinheiro no bolso usando o mecanismo do charme para abrir portas.
Levam a vida na arte, guardam os compromissos na gaveta, na magia de enganar o tempo. Garotos perdidos na terra do nunca da boêmia.
Brincando de existir, enquanto parentes batizam filhos, pagam imposto, multas atrasadas. A vida acontece no barato de quarenta anos em dez. Dormindo pouco, tomando banho de sereno. Gozar sem dinheiro no banco, concurso público e certeza no fim do mês. Fugindo sempre do marasmo.

O sorriso nem sempre sincero, algumas vezes chorando na chuva para esconder as lagrimas, mas tristeza é gripe que se cura em uma noite.
No palco da vida também tem espaço para os passageiros, figurantes que não deixam sobrenome, não guardam lugar em cinema na tarde de domingo. Essa malta de namorados do acaso, deixando um rastro aventureiro sem criar raízes.

Dedicado a Rafael, Daniel, Leo, Tony e eu.

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