terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Casa de respeito


Deixando de lado a hipocrisia, durante muito tempo, a iniciação sexual do jovem era feita por uma prostituta. Uma intenção centenária, seguindo gerações, às vezes patrocinadas pelo pai para afirmar a macheza do moleque. Não tive a felicidade de um incentivo de parente, juntei economias, reuni uma turma, e confesso sem vergonha que também já passei por esse batismo de masculinidade.
Hoje o sexo é banal, fácil de conseguir sem necessidade de apelar. Ainda assim as casas de massagem aumentam pela cidade. No meu bairro existia uma. Famosa, apesar de se localizar em uma alameda movimentada e pecar pela falta de discrição. Era uma aventura entrar no centro de lazer, tinha que tocar campainha, correndo o risco do fragrante de algum familiar passando na via. Depois valia a pena, contato intimo, acontecimentos impagáveis protagonizados por uma corja de meninos assustados. O bordel fechou as portas, o funcionamento foi vetado pela justiça, por razoes que desconheço, pois apesar de ser considerado uma atividade ilícita durou cerca de três décadas. Menos de seis meses depois iniciou uma obra no local, gerando uma óbvia curiosidade. Para espanto geral deu lugar a um salão de festas, direcionada ao público infantil. A casa de massagem virou casa de palhaço.
Será que alguma mãe bem informada vai comemorar o primeiro aninho da criança no puteiro?
E quanto o ponto de referencia da festa, vai estar escrito no convitinho colorido antiga zona?
É acho que essa casa de festa não vai sobreviver, ironicamente pelas festas do passado.

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