quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Muito macho


Arnaldo era o machão da praia, seu quiosque não vendia fiado e nunca levava calote. Monstruoso era famoso pelas brigas que sempre vencia, causando medo na vizinhança, fama que se estendia fazendo dele um xerife da região.
Vitinho, um garoto raquítico que trabalhava para ele, tinha juízo duvidoso e vivia apanhando do patrão. Tudo de ruim que acontecia na redondeza acabava sendo associado a ele e acabava em surra, desconto no salário. Em silêncio odiava Arnaldo sentia-se escravizado pela truculência do patrão. Um domingo de praia lotada, vitinho estava alegre pelas gorjetas que conseguiu esconder, tinha projeto para cair na gandaia. Planos interrompidos pelo chefe que o obrigou a guardar sozinho todas as mesas e cadeiras. O trabalho duro rendeu algumas horas extras não remuneradas comendo grande parte do seu tempo livre. Atordoado esqueceu de desentocar seu dinheirinho escondido no banheiro. Revoltado teve que retornar quando já tinha subido todo o morro na direção do barraco. A noite parecia perdida, no quiosque, o silêncio que tomava conta do ambiente foi cortado por sussurros de prazer que vinham da parte de traz do bar. Aproximou-se tomando cuidado para não ser visto quando a cena chocante o fez derrubar imensa quantidade de latinhas que estavam sob a mesa.
-seu desgraçado, o que está fazendo aqui!Gritou Arnaldo em posição duvidosa coberto por Alex, um negão de dois metros que vendia óculos de sol. Desnorteado vitinho fugiu correndo, deixando de lado seu dinheirinho.
-calma valente! Conteve Alex o nervoso Arnaldo que não conseguiu sair de baixo e ir atrás do empregado para preservar sua fama de mal.

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