segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Opalão


Fui passear em Bom Jesus de Itabapoana com meu amigo Tony. Vinte anos de idade, na cabeça bebida e mulher, sem critério para qualidade de ambas as coisas. Ficamos na casa de parentes de Tony, todo mundo tem família no interior, nem todo mundo tem intimidade com esses desconhecidos do mesmo sangue. De mala e cuia fomos bem recebidos. Apareceu um tio com whisky, as primas sorriam para nossa juventude. Consumimos o scotch na mesma noite, o tio teve uma ressaca que não quis mais saber da gente.
Em todo caso seguiram as homenagens e no dia seguinte fizeram um churrasco para nos. Cerveja, picanha em dado momento, por coerência outro tio resolveu fechar a entrada da garagem com seu enorme opala. Como nossos planos incluíam uma boate afastada da cidade, protestamos, ele alegou que era melhor curtir a noite na festinha da praça dado o teor etílico. Não convenceu, e como não era pai de ninguém para proibir deu a missão de retirar seu opalão da frente do nosso carro. Tony se prestou a retirar o monstro da vaga. Tony deu ré na jamanta, com pouca visibilidade foi auxiliado pelo tio que também não estava sóbrio, mandou o carro vir sem abrir o portão da garagem.
-vem, vem! Gritava para Tony com pouca visibilidade.
-aí, aí! Gritou para Tony quando começou a ser imprensado entre a parede e o portão.
-meu pai! Gritou sua filha apavorada, enquanto eu que não era parente de ninguém não conseguia fazer nada além de rir.
Tony conseguiu evitar o pior, o parente apenas ficou mancando alguns dias. Voltamos da viagem prometendo namoro para as primas, retorno para o tio, que aposentou o opalão antes que fosse aposentado por ele.

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